sábado, 11 de fevereiro de 2023

SINDICATO DOS BANCÁRIOS DO RJ REALIZA ATO CONTRA POLÍTICA DE JUROS ALTOS DO BC.

A decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central de manter a taxa básica de juros (SELIC) em 13,75 % ao ano, divulgada no início de fevereiro, provocou críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A cultura de juros altos do Brasil, criticada por Lula, na verdade é o resultado de uma economia que funciona segundo a dinâmica da economia mundial, particularmente da dinâmica de fluxo de capitais no mercado financeiro internacional. A decisão do Federal Reserve (FED), Banco Central dos EUA, em elevar a taxa de juros dos Estados Unidos para o patamar entre 4,5% a 4,75% tem como resultado a migração dos capitais para a aplicação nos títulos públicos estadunidenses, considerados mais seguros pelos investidores financeiros, pressionando, em contrapartida, à desvalorização do Real e consequente inflação. Um efeito decorrente dos fundamentos da macroeconomia do Plano real. Para buscar frear a fuga de capitais, o Banco Central brasileiro é compelido a aumentar ainda mais a taxa de juros nacional a fim de manter os títulos públicos brasileiros atraentes ao capital financeiro internacional. Esse remédio, no entanto, não é o único existente, é o aplicado segundo o receituário da chamada Escola de Chicago. O problema é que esse receituário desconsidera as necessidades reais da sociedade, supridas pelo economia real, para priorizarem apenas a cassino das aplicação financeiras, que não produzem nada. A manutenção de taxas elevadas de juros ocasiona, como resultado, a retração da produção material, produz desemprego, elevação de preços e, ao fim, deterioração socioeconômica. Tudo em nome da priorização dos interesses financistas de bancos e seus aplicadores financeiros. 

A elevação dos custos de vida para a população, no entanto, começa a provocar reações por parte setores da sociedade organizada.Nesse sentido, o Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro marcou para a próxima terça-feira (14) um protesto contra os juros altos e contra a autonomia do BC. O ato está programado para as 11 horas em frente à sede do Banco Central. 

Segundo José Ferreira, presidente do Sindicato dos Bancários/RJ: "Só para se ter ideia, nos EUA, houve forte reação da sociedade quando o Fed, o Banco Central de lá, elevou a taxa básica para 4,5% no ano passado. Abraçamos essa ideia da Contraf-CUT de realizarmos protestos contra estes patamares absurdos dos juros. A sociedade e o país não podem pagar tão caro para continuar bancando lucros exorbitantes para que banqueiros e especuladores ganhem mais dinheiro sem gerar emprego e agravem ainda mais a crise do país”.

O ato do Sindicato dos Bancários é a evidência de que a sociedade, particularmente dos setores populares, já começa a se mobilizar contra a manutenção dos interesses em detrimento de toda uma sociedade.


      

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