sábado, 17 de agosto de 2019

UM GOVERNO DE GAMBIARRAS.

Essa semana o super presidente do IMTT, Felipe Quintanilha, deu início à implantação do novo sistema de transporte coletivo do município de Campos dos Goytacazes. Em três anos de governo, e administrando um orçamento fabuloso, a gestão do prefeito Rafael Diniz se resume à reforma de um Ciep, e à inauguração de um hospital, não construído por ele!
Passaram-se aproximadamente um ano, com estudos, planejamento (pelo menos, imagino que tenha havido), audiência pública, vários problemas, manifestação e protesto de pessoal das vans, para, agora, ser apresentado à população campista o tão propagado sistema de mobilidade urbana! Mas, após tudo isso, o que vemos de concreto? A que se resume o tal sistema? A umas tendas de lona, elegantemente instaladas em plena pista de rolamento de uma rodovia! Será que o planejamento não previu o local adequado para a instalação das marquises? Será que se esqueçam das marquises? Será que não imaginaram que pudesse dar problema a colocação das marquises na via? Será que acharam razoável e seguro as pessoas aguardando o transporte, amontoadas no canto da rodovia? A administração Rafael Diniz se resume a um amontoado de playboys, esse pessoal sem limites que acha que o mundo gira ao seu redor, e assim, podem fazer o que quiserem, sem que ninguém os admoestem!
E aí o DER mandou que fossem retiradas as gambiarras! Que vergonha, o presidente do IMTT não saber que não se pode colocar obstáculos na via pública!
Dá para termos a exata noção dos motivos de nossa crise!

Vanderson Gama.
Geógrafo.

domingo, 11 de agosto de 2019

A NECESSIDADE DE UM CONSELHO PROFISSIONAL PRÓPRIO PARA OS GEÓGRAFOS.

  Na semana passada, estava lendo uma matéria num site na internet. A referida material trazia a notícia de uma ação do CREA-MT ( Conselho Regional de Engenharia e Agronomia, do estado do Mato Grosso), em que este exigia de uma prefeitura (não me lembro de qual município!) que fosse revisto os níveis salariais constantes no edital de um concurso público, para o preenchimento de vagas na referida prefeitura. Até aí, nada de mais. O problema é que o CREA é um conselho que se tornou uma espécie de saco de gatos, regulamentando diversas profissões. Dentre as diversas profissões regulamentadas pelo CREA, está a de Geógrafo. Em tempo: a arquitetura era, até bem pouco tempo, também regulamentada pelo CREA, mas recentemente criou seu próprio conselho, o CAU (Conselho de Arquitetura e Urbanismo). O problema é que, pelo o que se tem constatado no dia a dia, em que pese as diversas profissões sob o guarda chuvas do CREA, este só toma conhecimento das questões relacionadas aos dilemas dos engenheiros! Um exemplo, e ao mesmo tempo, um problema decorrente disso, é possível perceber em relação a concursos públicos. São diversos os concursos para funções cuja atribuições são, também, da alçada de geógrafos (nota: a geografia é uma ciência cujas as atribuições não se limitam a dar aulas, em que pese ser, esta também, uma atuação nobre), mas são preenchidas unicamente por engenheiros (ambientais ou florestais). É bem verdade que, para a construção desse problema, os geógrafos tiveram, também, sua cota de participação, ao saírem, durante décadas, das atividades técnicas relacionadas ao planejamento, em função dos diversos dilemas que permearam esta ciência, desde sua constituição, no Século XIX. No Brasil, em grande parte em decorrência da emergência da Geografia Crítica, a Geografia se limitou à atividade docente! Mas a Geografia é uma área de formação com duas formas de habilitação: a licenciatura, com suas atribuições relacionadas à função docente. E o bacharelado, cuja atribuição é conforme a de qualquer bacharel: suprir a sociedade dos serviços e conhecimentos relativos ao seu arcabouço teórico. Mas, em relação a isso, não tem sido possível, ou esse campo do saber tem sido cerceado, em grande parte devido à atuação do CREA, que se porta quase como um sindicato a serviço dos interesses de engenheiros.
  Dessa forma, uma discussão importante que nós, geógrafos, devemos travar é a necessidade da criação de um conselho profissional próprio, a exemplo do que fizeram os arquitetos. O desenvolvimento da Geografia, no Brasil, passa fundamentalmente pela criação de um conselho próprio, caso contrário, continuaremos sendo preteridos, a reboque dos engenheiros, com perda para toda a sociedade, em razão das próprias limitações da atuação dos engenheiros, como é compreensível, dado ao fato da seara própria de cada saber científico numa sociedade complexa como as sociedades humanas! É sabido a forma holística de abordagem da geografia no tratamento dos problemas referentes à sociedade, seja no tratamento dos problemas referentes ao espaço urbano, ou, em sua forma mais abrangente, do Meio ambiente como um todo. Passou da hora nos mobilizarmos enquanto profissionais, pela necessária criação de nosso conselho próprio! E aqui vai uma sugestão: creio que a AGB ( Associação dos Geógrafos Brasileiros) poderia cumprir essa função!
  Mas temos que discutir essa questão, e mais do que isso, temos que nos mobilizar. E essa é uma ação fundamentalmente política! É necessário que nos mobilizemos no Congresso nacional e forcemos essa discussão no Congresso!
Conselho próprio para os geógrafos!!

sábado, 10 de agosto de 2019

UMA AVALIAÇÃO DOS GOVERNOS CAMPISTAS À LUZ DO PENSAMENTO DE NICOLAU MAQUIAVEL.

    No alvorecer do século XVI, mais especificamente em 1513, um filósofo florentino chamado Nicolau Maquiavel escreveu um livro, intitulado O Príncipe, que se tornaria um manual de como conquistar e manter o poder. Maquiavel ofereceu a obra ao Duque de Urbino, Lorenço de Médice, monarca florentino. A obra de Maquiavel não foi bem compreendida pelas gerações posteriores, sendo que muitos de seus conceitos ficaram imersos no preconceito da grande maioria dos que tomariam contato com ela, ao ponto da alcunha maquiavélico ter se revestido de uma adjetivação ignominiosa. Uma das frases ditas por Nicolau Maquiavel que passaria para a posteridade como prova inequívoca de postura  reprovável, decorrente de sua interpretação fora do contexto em que foi escrita é: um príncipe nunca faz o que diz, nem diz o que faz!
    Mas existe outra máxima Maquiaveliana, adotada pela grande maioria, pra não dizer todos, dos  que estiveram no poder: o Príncipe deve deixar que a punição seja dada por outros. A recompensa, ao contrário, deve ser dada exclusivamente pelo Príncipe! O que Maquiavel queria dizer, é que uma das formas de se evitar a perda de popularidade, necessária para a manutenção do poder político, é manter a figura de benevolente!
    Esse conceito, em especial, parece que vem sendo adotado com sucesso por todos quantos estiveram à frente da administração municipal de Campos dos Goytacazes. A prática corriqueira dos prefeitos campistas tem sido a de eleger um algoz, ao estilo capitão do mato, para imprimir toda sorte de castigo que se julgue necessário, enquanto o chefe do executivo municipal passa por quase  anjo! No governo Arnaldo Viana ( o " prefeito do coração") a eleita para a função de feitor era a secretária de administração Cláudia Salgado. Então diziam: Arnaldo é um ótimo prefeito, o problema são os secretários! Como se ele não fosse o responsável por escolhe-los! No governo Rosinha Garotinho, o cargo de capitão do mato era de Suledil Bernadino.
    O governo Rafael Diniz foi além, como também foi além na forma de utilização do artifício: são vários os designados para carrasco, mas também é um amontoado de incompetente! Para a grande maioria da população campista, e aqui incluído os servidores municipais, passa despercebida que a culpa dos problemas da má administração, as escolhas escusas nas prioridades da administração municipal, a submissão do servidor público municipal à mais iníqua depreciação, são de responsabilidade do prefeito, do chefe do poder executivo municipal, e não dos por ele escolhido para o secretariado de qualquer que seja a secretaria!
    Mas, como eu disse, Rafael Diniz foi além ao fazer de seu governo um amontoado de gente incompetente. Então, ontem eu ouvi dizer: Rafael Diniz até tem boa intenção, mas não soube escolher seus assessores! Ora, seguindo com o embasamento a partir do pensamento em o Príncipe, Nicolau Maquiavel afirmava que uma das primeiras competências que se espera do governante é saber escolher seus conselheiros, além de saber ouvi-los. Mas, a despeito disso, a despeito de se acercar de bons conselheiros, o Príncipe deve saber, ouvindo os conselhos, tomar, ele, a melhor decisão!
    Rafael Diniz não sabe nem uma coisa, nem outra, não sabe escolher seus assessores, nem tomar a melhor decisão! E o resultado está aí, um município falido, com crises de todas as ordens salpicando em todos os cantos da administração municipal. O resultado está aí, pessoas morrendo nos corredores dos hospitais, ou no estacionamento de unidades de saúde! O resultado está aí, um prefeito que não sabe tomar decisão, e que se limita a jogar a culpa dos problemas de seu falido governo, após três anos de gestão, a gestões anteriores!
    E embora se reconheça que a construção do presente estado de degradação no qual estamos passando tenha tido a contribuição efetiva de governos anteriores, é inequívoco que ela seja elevada exponencialmente no atual governo!
    O que se espera da população campista, é que sejamos mais competentes que o atual governo e saibamos, ao menos, tomar a decisão, no ano que vem,  de cassar o mandato do prefeito Rafael Diniz, mas também de não nos limitarmos a olhar pelo retrovisor as gestões anteriores, limitando nossas possibilidades de escolhas a oligarquias que contribuíram para o nosso pesar! Devemos avançar, e podemos muito mais do que os Arnaldos, Garotinhos e Rafaeis podem nos oferecer!

OS DESAFIOS PARA A ESQUERDA.

 

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