domingo, 29 de janeiro de 2023

YANOMAMIS: UM VERDADEIRO CASO DE GENOCÍDIO!

 Nas últimas semanas o Brasil tomou conhecimento da tragédia sobre o povo indígena Yanomami. No último dia 21, o governo federal, incluindo o Presidente Lula, viajou para Roraima para acompanhar de perto a situação. A situação na região e sua gravidade não se pode qualificar como tragédia sem precedentes porque, ao longo da história da ocupação territorial brasileira pelos europeus, a busca pela subjugação, pela dominação e tentativa de extermínio foi constante. De uma estimativa de aproximadamente 2 milhões de indígenas no início da colonização europeia, no século XVI, em 1998 o número de indígenas era de apenas 302.888, segundo o IBGE aponta em sua publicação referente aos 500 anos do Brasil. O que denota a extrema voracidade com que se deu a relação histórica entre os povos na ocupação e colonização brasileira. 

 

Fonte: IBGE


 

 

 

 

 

 

 

 

Mas, em tempos mais recentes, parecia que estávamos nos tornando mais civilizados no sentido do respeito para com os povos originários, povos nos precederam na colonização do território brasileiro. O governo Bolsonaro, no entanto, representou, também nisso, em estupendo retrocesso. Quem não se lembra de Jair Bolsonaro vociferando em vídeo na internet de que, em seu (des)governo, não seria demarcado nenhum centímetro de terras indígenas? Jair Bolsonaro e sua turba têm responsabilidade central e decisiva no recente extermínio dos Yanomamis. Quem não se lembra de Ricardo Sales, então ministro de Meio Ambiente, em sua defesa de se "passar a boiada"!? A situação grave pela qual passa o povo Yanomami é o resultado direto do garimpo ilegal, da ocupação desordenada e criminosa, da ação de madeireiros e grileiros de toda sorte! Passaram-se a boiada sobre a população Yanomami! 

Bolsonaro é o responsável por esse inequívoco crime de genocídio contra as populações indígenas, e contra o povo Yanomami em particular!

 

Foto: Agência Brasil.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

PRESIDENTE LULA SE ENCONTRA COM REITORES DE UNIVERSIDADES FEDERAIS.


Quando o governo Bolsonaro teve início, eu disse que nós teríamos nossa Idade Média. Cerca de 700 anos após o seu fim na Europa, nós aqui do Brasil teríamos a nossa! A Idade Média teve como principal característica o predomínio de uma leitura supersticial do mundo e seus fenómenos físicos, onde sua explicação se dava a partir da atuação ou reflexão da vontade de seres míticos, sobrenaturais. Uma postura compreensível dado o parco arcabouço das nascentes ciências. Nesse período da História, toda e qualquer explicação que tivesse qualquer fundamentação diversa das concepções teológicas era considerada heresia pela Igreja, então um ator sociopolítico fundamental. 
E foi exatamente por essas semelhanças  características que eu havia classificado o período que se abria em nossa História como o alvorecer de nossa anacrônica Idade Média. Da mesma forma que na Europa dos séculos XII, XIII ou XIV, o governo Bolsonaro teve como marca mais distintiva a completa aversão a toda forma de conhecimento, de Cultura e, sobretudo, uma desmedida aversão ao conhecimento científico. E, como consequência, uma profunda indiferença para com as Universidades, espaços por excelência da Ciência. Da mesma forma que na Europa medieval, era a superstição que ditava as formas de explicação ou perspectivas. Para o combate à pandemia da COVID-19, por exemplo, era suficiente pedir o auxílio à forças sobrenaturais, ou acreditar em remédios sem nenhuma evidência de eficácia comprovada. O desleixo, o abandono e o sucateamento foram os reflexos de um governo que literalmente dava as costas para o conhecimento científico. 
O fim do governo Bolsonaro tem para nós aqui no Brasil um sentimento de, conforme na Europa dos séculos XV ou XVI, alvorecer de Era das Luzes, de fim da Idade das Trevas. E como consequência uma outra postura, de respeito, pelo menos, para com a Ciência. Em que pese o deficiente orçamento que o Brasil, desde sempre, concedeu para um adequado desenvolvimento científico em bases nacionais, ao menos há, ou retornamos a ter, uma relação, ao menos, civilizada para com a Ciência e as Universidades. E foi essa a leitura que fiz do encontro entre o presidente Lula e os reitores de Universidades e Institutos Federais, ocorrida nessa semana. Para mim, aluno egresso da Universidade Federal Fluminense, foi motivo de orgulho vê-la representada nesse encontro que pode ser o início da consolidação nossa Idade Moderna, com uma sociedade fundamentada menos em mitologias e superstições, e mais na ciência.

Foto: redes sociais da UFF.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

CAMPOS DOS GOYTACAZES: PARAÍSO DA DESORGANIZAÇÃO E DO DESPERDÍCIO.

 


Com o advento das chamadas leis do petróleo, Lei nº 9.478/97, (Lei do Pettróleo), bem como o Decreto nº 2.705/98 (Decreto das Participações Especiais), o municpio de Campos dos Goytacazes, assim como os municípios litorâneos da Região Norte Fluminense, conheceu um incremento fabuloso nas receitas públicas de sua prefeitura. No limiar das primeiras décadas do século XXI, aproximadamente 80% do orçamento municipal era custeado por fontes de receitas provenientes de transferências de outras esferas de governo, mas sobretudo de Royalties do petróleo e participações especiais. Como consequência, a capacidade de investimento por parte do Poder Público municipal foi elevada quase que desmesuradamente. Nas primeiras décadas dos anos 2000, Campos dos Goytacazes se destacava dentre os demais 5.568 municípios em termos de capacidade orçamentária, com receitas comparáveis aos de capitais de estados federados. Ao mesmo tempo, era quase que diuturno o aparecimento de escândalos decorrentes da má aplicação dos vultosos recursos financeiros municipais, sobretudo denúncias de corrupção e desvio de recursos públicos, como evidenciados na épica Operação Telhado de Vidro, dando margem ao questionamento por parte de outros municípios da conveniencia ou equidade nas formas de rateio dos recursos provenientes dos royalties do petróleo.

Mas a má utilização de recursos públicos municipais não é evidenciada unicamente a partir de seu evidente desvio, decorrente do objetivo de locupletação. A sua aplicação a partir de um mau planejamento, descriteioso, trás como resultado o evidente empobrecimento da população, pelo fato notório da necessidade de reaplicação de novos recursos nos mesmos serviços ou obras já realizados. Não tem mistério: pagar duas, três ou ad aeternum por um mesmo serviço se constitui evidente desperdício de dinheiro, e nesse caso, dinheiro público. 

A introdução acima tem como fito a abordagem de uma questão de amiúde ocorrência. É notório o fato de que o padrão comum das vias públicas municipais é a existência de buraços, verdadeiras cratéras. Algumas de nossas vias, muitas delas as principais dentre a malha viária urbana, se assemelham mais à superfície lunar do que a uma via urbana. Não fosse somente a qualidade dos serviços de pavimentação efetuados pelas empresas responsáveis por sua execução, há, ainda, a completa e evidente falta de coordenação, de sintonia, com, por exemplo, a empresa Águas

do Paraíba. Qualquer cidadão campista certamente já tenha se deparado com um remendo de asfalto tremendamente mal feito, como resultado de obra de manutenção na rede de abastecimento de água ou de esgoto/águas pluviais, frequentemente em desnível com o restante do asfalto, ou que em pouco tempo se converte em buracos na via pública. 

Pois bem. Na semana passada a prefeitura concluiu uma obra de repavimentação da avenida Alberto Torres, no trecho entre a estação ferroviária e seu final, no parque Corrientes. Foram dias de obras, necessários, e que, além do dispêndio de parte da receita pública, acarretou em incômodo nos que passam por essa via, como nos moradores adjaccentes. O serviço foi concluido já próximo ao final da semana passada! Ontem, para minha horrorosa surpresa, por volta das 19 horas, me deparei, estupefato, com uma obra de manutenção. Onde? Exatamente na avenida Alberto Torres, nas imediações da Igreja do Sacro! Ou seja, inacreditavelmente surge a necessidade de manutenção em uma via pública cujo asfalto foi completamente refeito há menos de uma semana! Não houve comunicação, um mínimo planejamento entre o Poder Executivo municipal e a empresa Águas do Paraíba? A necessidade surgiu, desgraçadamente, logo após a finalização do serviço de repavimentação? 

E dessa forma: de escandalos de desvio de dinheiro público aqui, da sua má utilização ali, que a população vai vendo seus recursos público se desvanecendo, carregando junto a possibilidade de um adequado e necessário desenvolvimento socioeconômico em bases autônomas. É lamentável!            

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

PRISÃO DE SUSPEITOS EM CAMPOS DOS GOYTACAZES DE PARTICIPAÇÃO NOS ATOS ANTIDEMOCRÁTICOS E OS ECOS DE UM PASSADO AINDA PRESENTE.


 Desde tempos imemoriais Campos dos Goytacazes tem dado sua cota de contribuição a toda sorte de movimento reacionário que transita pelo Brasil. Uma das regiões mais conservadoras do país, fomos das últimas localidades a abolirem, oficialmente, o regime escravocrata de relação de trabalho, sendo, contudo, quase que comum nos depararmos com o descobrimento, por parte dos fiscais do Ministério do Trabalho, Ministério Público do Trabalho e demais órgãos de fiscalização, de ocorrência de, em pleno século XXI, crimes do chamado trabalho análogo ao escravo. O movimento integralista que grassou pelo Brasil nas primeiras décadas do século XX também encontrou adeptos aqui pelas planícies goitacá, sendo que ainda hoje é possível constatarmos vestígios de simpatizantes. 

E não poderia ser diferente com os eventos antidemocráticos que se observa Brasil afora. É importante notar que, andando pelas localidades da baixada campista tem sido comum observarmos nas margens da rodovia RJ-216 placas de propaganda do ex-presidente Bolsonaro, um dos prováveis responsáveis diretos pelos movimentos criminosos de contestação do resultado das eleições e tentativa de derrubada do Estado democrático de direito. 

Na manha desta segunda-feira, 16 de janeiro de 2023, a Polícia Federal cumpriu mandados de busca e apreensão, bem como três mandado de prisão temporária em Campos dos Goytacazes contra suspeitos de participação no atos antidemocráticos após o segundo turno das eleições, como também dos atos de invasão e depredação à sede dos três Poderes da República, Palácio do Planalto, Congresso Nacional e Supremo Tribunal Federal. A investigação identificou lideranças locais na tiveram participação no bloqueio de rodovias, bem como das manifestações que puderam ser observadas nas portas dos quarteis das Forças Armadas. Importante lembrar que até dias atrás um acampamento havia se instalado na frente do 56 Batalhão de Infantaria, em Guarus. A operação apreendeu, ainda, computadores, celulares e outros documentos.

Os investigados são suspeitos de cometimento de crimes de Associação Criminosa (art.288/CP), Abolição Violenta do Estado Democrático de Direito (359-L/CP) e Incitação das Forças Armadas contra os poderes institucionais (286, parágrafo único/CP.

Na Campos dos Goytacazes do século XXI, terra onde ainda é comum ouvirmos a expressão: "você sabe com quem está falando?", expressão que invoca sentimentos de relações sociais de um passado ainda presente nas consciências de nossa gente, o arcaísmo ainda é parte fundante e característica de um povo que insiste no anacronismo de seus códigos sociais de convivência. 


Fonte: fmanha.

Imagem: Brasil de Fato

OS DESAFIOS PARA A ESQUERDA.

 

Visite também: