domingo, 29 de setembro de 2019

RAFAEL DINIZ E SEUS DISCURSOS: UM FALSO SOFISMA!

Em Leviatã ou Matéria, Forma e Poder de um Estado Eclesiástico e Civil, livro escrito em 1651, o filósofo britânico Thomas Hobbes de Malmesbury discute o surgimento do Estado, caracterizado como a mais perfeita obra de arte do homem. Para Hobbes, o Estado é o resultado de um contrato celebrado entre os homens, levados pela necessidade de garantir sua alto preservação, uma vez que, no estado de natureza, período anterior à vida em sociedade, ou sob o Estado, a força individual é o limite para todas as garantias e propriedades, inclusive da vida. O homem é o lobo do homem! Levados pelo direito supremo de busca de preservação da vida, num dado momento histórico os indivíduos optam por cederem, em conjunto, parte de sua liberdade irrestrita a tudo, em favor de um Soberano, cuja função suprema é garantir a sobrevivência, a preservação da vida, de todos.
Logo no capítulo I, da Sensação, Hobbes questiona o ensinamento nas Universidades de então, e afirma: "Não digo isso para criticar o uso das Universidades, mas porque, devendo mais adiante falar em seu papel no Estado, tenho de mostrar, em todas as ocasiões em que isso vier a propósito, que coisas devem nelas ser corrigidas, entre as quais temos de incluir a frequência do discurso destituído de significado".
Essa prática corriqueira das Universidades do tempo de Hobbes, o discurso destituído de significado, se aplica ao prefeito Rafael Diniz, mas aqui com outros objetivos. É incrível a frequência de falas e produção de discursos vazios de significado! Mas, aqui, o propósito é outro: movido pela crença frequente dos integrantes da oligarquia de que o conjunto da sociedade, o povo, é uma massa despossuída de entendimento, sem condição de fazer a "leitura dos fatos", da realidade, Rafael Diniz quer, como se diz na gíria, "botar conversa nas pessoas", iludido de que a população não terá condições de perceber o que, de fato, ocorre sob seu governo. Toda vez que seu governo vem com alguma novidade impopular, foi devido à intervenção do Ministério Público, ou coisas do tipo! O engraçado é que o Ministério Público, a julgar pelas afirmações do governo Rafael Diniz, parece só atuar em situações em que são do interesse do governo municipal. Os hospitais, e a saúde como um todo do município, estão em um completo abandono, parecendo um campo de guerra, com pessoas morrendo em estacionamento de hospitais devido à falta de atendimento, conforme matéria publicada pelo Jornal Terceira Via, de 02/08/2019, mas aqui o MP não aparece! Transporte público municipal, que também é de competência do poder público municipal, está falido, mas, aqui, o MP também não aparece!
A mais nova lorota de Rafael Diniz é em relação ao imbróglio do pagamento dos profissionais contratados via regime de pagamento autônomo, conhecido como RPA. A prefeitura anunciou o pagamento dos salários referentes ao mês de agosto para a próxima terça-feira, dia 01 de setembro. Além do absurdo de mais um pagamento atrasado, comprometendo a vida de milhares de profissionais e suas famílias, obrigados a vender sua força de trabalho sob condições altamente precárias, o anúncio vem acompanhado de mais um discurso vazio, maluco! Conforme o governo Rafael Diniz, o pagamento só foi possível devido à implantação do ponto biométrico! Vejam só!!! Qual a relação entre uma coisa e outra? A ideia que se passa, no mínimo, é que os servidores efetivos são um bando de irresponsáveis, que oneram em demasia o orçamento municipal devido à sua irresponsabilidade? Pagava-se, anteriormente, horas extras em demasia sem necessidade e sem controle? No caso desse raciocínio lógico, como surgia, antes, a necessidade do serviço extraordinário? A chefia imediata solicitava? Como o ponto biométrico contribuiu, objetivamente, para a redução da folha de pagamento?
Uma avaliação preliminar pode nos dar a falsa impressão de que existem alguns oradores excepcionais no governo municipal, sendo um deles o próprio prefeito Rafael Diniz, e o secretário e presidente do IMTT, Felipe Quintanilha. Isso é mera ilusão! A produção de um sofisma eficaz, discurso com aparência de verdade, é a correspondência mínima entre o discurso e a realidade, pelo menos segundo a percepção de quem ouve! Só que ninguém acredita no discurso que vem do governo! Os únicos para os quais esses discursos tem produzido efeitos são nos próprios agentes do governo municipal, e assim, deixa de ter sentido a sua produção. Que vergonha! No final das contas, o governo é incompetente até na produção dos discursos!

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