RAFAEL DINIZ E SEUS DISCURSOS: UM FALSO SOFISMA!
Em Leviatã ou Matéria,
Forma e Poder de um Estado Eclesiástico e Civil, livro escrito em 1651, o
filósofo britânico Thomas Hobbes de Malmesbury discute o surgimento do Estado,
caracterizado como a mais perfeita obra de arte do homem. Para Hobbes, o Estado
é o resultado de um contrato celebrado entre os homens, levados pela
necessidade de garantir sua alto preservação, uma vez que, no estado de
natureza, período anterior à vida em sociedade, ou sob o Estado, a força
individual é o limite para todas as garantias e propriedades, inclusive da
vida. O homem é o lobo do homem! Levados pelo direito supremo de busca de
preservação da vida, num dado momento histórico os indivíduos optam por
cederem, em conjunto, parte de sua liberdade irrestrita a tudo, em favor de um
Soberano, cuja função suprema é garantir a sobrevivência, a preservação da
vida, de todos.
Logo no capítulo I, da
Sensação, Hobbes questiona o ensinamento nas Universidades de então, e afirma:
"Não digo isso para criticar o uso das Universidades, mas porque, devendo
mais adiante falar em seu papel no Estado, tenho de mostrar, em todas as
ocasiões em que isso vier a propósito, que coisas devem nelas ser corrigidas,
entre as quais temos de incluir a frequência do discurso destituído de
significado".
Essa prática corriqueira
das Universidades do tempo de Hobbes, o discurso destituído de significado, se
aplica ao prefeito Rafael Diniz, mas aqui com outros objetivos. É incrível a
frequência de falas e produção de discursos vazios de significado! Mas, aqui, o
propósito é outro: movido pela crença frequente dos integrantes da oligarquia
de que o conjunto da sociedade, o povo, é uma massa despossuída de
entendimento, sem condição de fazer a "leitura dos fatos", da realidade,
Rafael Diniz quer, como se diz na gíria, "botar conversa nas
pessoas", iludido de que a população não terá condições de perceber o que,
de fato, ocorre sob seu governo. Toda vez que seu governo vem com alguma
novidade impopular, foi devido à intervenção do Ministério Público, ou coisas
do tipo! O engraçado é que o Ministério Público, a julgar pelas afirmações do
governo Rafael Diniz, parece só atuar em situações em que são do interesse do
governo municipal. Os hospitais, e a saúde como um todo do município, estão em
um completo abandono, parecendo um campo de
guerra, com pessoas morrendo em estacionamento de hospitais devido à
falta de atendimento, conforme matéria publicada pelo Jornal Terceira Via, de
02/08/2019, mas aqui o MP não aparece! Transporte público municipal, que também
é de competência do poder público municipal, está falido, mas, aqui, o MP
também não aparece!
A mais nova lorota de
Rafael Diniz é em relação ao imbróglio do pagamento dos profissionais
contratados via regime de pagamento autônomo, conhecido como RPA. A prefeitura
anunciou o pagamento dos salários referentes ao mês de agosto para a próxima
terça-feira, dia 01 de setembro. Além do absurdo de mais um pagamento atrasado,
comprometendo a vida de milhares de profissionais e suas famílias, obrigados a
vender sua força de trabalho sob condições altamente precárias, o anúncio vem
acompanhado de mais um discurso vazio, maluco! Conforme o governo Rafael Diniz,
o pagamento só foi possível devido à implantação do ponto biométrico! Vejam
só!!! Qual a relação entre uma coisa e outra? A ideia que se passa, no mínimo,
é que os servidores efetivos são um bando de irresponsáveis, que oneram em
demasia o orçamento municipal devido à sua irresponsabilidade? Pagava-se,
anteriormente, horas extras em demasia sem necessidade e sem controle? No caso
desse raciocínio lógico, como surgia, antes, a necessidade do serviço
extraordinário? A chefia imediata solicitava? Como o ponto biométrico
contribuiu, objetivamente, para a redução da folha de pagamento?
Uma avaliação preliminar
pode nos dar a falsa impressão de que existem alguns oradores excepcionais no
governo municipal, sendo um deles o próprio prefeito Rafael Diniz, e o
secretário e presidente do IMTT, Felipe Quintanilha. Isso é mera ilusão! A
produção de um sofisma eficaz, discurso com aparência de verdade, é a
correspondência mínima entre o discurso e a realidade, pelo menos segundo a
percepção de quem ouve! Só que ninguém acredita no discurso que vem do governo!
Os únicos para os quais esses discursos tem produzido efeitos são nos próprios
agentes do governo municipal, e assim, deixa de ter sentido a sua produção. Que
vergonha! No final das contas, o governo é incompetente até na produção dos
discursos!
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