sexta-feira, 27 de setembro de 2019

DÍVIDA PÚBLICA, CRISE PREVIDENCIÁRIA E DESEMPREGO: UMA LEITURA MACROECONÔMICA A PARTIR DOS INTERESSES TRABALHISTAS.

    Fenômenos sociais são contingentes. Isso quer dizer que a resposta aos problemas sociais possuem possibilidades diversas. As decisões tomadas pela sociedade, no entanto, dar-se-ão segundo os interesses dos grupos sociais hegemônicos! No período histórico atual, a produção do discurso sobre a realidade passou a ser no sentido de impedir formas alternativas de interpretação sobre os fenômenos sociais que ocorrem no seio das sociedades humanas, cujo objetivo é conduzir a soluções segundo os interesses de grupos sociais específicos, hegemônicos, em geral ligados ao setor financeiro da economia. 
    Ontem foi publicada uma matéria, no Portal G1, informando o tamanho de nossa dívida pública, que já ultrapassa os R$ 4 trilhões de reais, sendo que R$ 3,993 trilhões são decorrentes unicamente da dívida pública interna! Segundo os porta vozes do mercado financeiro, esse crescimento se dá em função da necessidade do governo federal em emitir títulos da dívida pública para financiar o déficit orçamentário, em decorrência do peso dos compromissos previdenciários. Em 2018, o peso dos pagamentos da previdência social foram responsáveis por 24% do orçamento da União, enquanto que os valores destinados ao pagamento do serviço da dívida pública formam responsáveis por comprometerem mais de 40%.
    Hoje o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os números do desembargo no Brasil no corrente ano: são 11,8% da populaçao economicamente ativa (PEA), num valor absoluto de 12,6 milhões de desempregados. Esses são, no entanto, somente os números dos formalmente desempregados! 41,4% dos chamados empregados são da economia informal, um universo de 38,8 milhões de pessoas! Ou seja, 53,2% da PEA, ou  51,4 milhões de pessoas (mais da metade), se encontram fora da economia formal, sem nenhuma contribuição para o Sistema de Previdência Sociais. São pessoas sem nenhuma cobertura ou garantia no futuro, e que contribuem, de igual forma, para a insegurança dos atualmente aposentados, uma vez que quem financia a garantia dos atualmente aposentados são os trabalhadores da ativa! Não tem Sistema Previdenciário que seja sustentável dessa forma! Mas, segundo os porta vozes do status quo, a solução do déficit previdenciário não passa pela incorporação dessa massa de desempregados, garantindo, de igual forma, sua própria vida num futuro próximo, mas a entrega dos recursos geridos pela Previdência ao Capital financeiro. É uma solução conforme os interesses dominantes, de uma parcela ínfima, mas privilegiada, da populaçao. Porque, ao mesmo tempo em que se garante a manutenção de uma massa de mão de obra disponível a preço vil, ainda garante a continuidade da especulação financeira, e a ampliação dos lucros, às custas de toda uma sociedade. Aceitar como inexorável esse modelo de solução é não conhecer seus próprios interesses enquanto possuidor, unicamente, de força de trabalho para vender, essa mercadoria barata que se tornou. É estar, cego, em meio ao tiroteio!

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OS DESAFIOS PARA A ESQUERDA.

 

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