terça-feira, 27 de outubro de 2009

RIO: CIDADE SITIADA!


A cidade do Rio de Janeiro vive nestas últimas semanas mais um capítulo da terrível guerra urbana que se instalou, onde o clímax destes recentes confrontos foi a queda do helicóptero abatido em pleno ar por traficantes no morro dos macacos. No meio disso tudo, fica o pobre cidadão carioca, abandonado à própria sorte em meio às balas perdidas e ao terror, como constatado nos momentos de invasão das comunicades carentes pela polícia. Estas em particular, mas todo carioca também, parece que perderam um dos mais básicos dos direitos, definido no artigo 5° de nossa Constituição: A inviolabilidade do direito à vida, à igualdade e à segurança. O absurdo é tão grande, e tão flagrante a inércia de nossas autoridades, que cada vez mais me convenço de que somos vistos pelas mesmas como não-cidadãos. A "política de contenção da violência" desenvolvida, baseada puramente no confronto direto, ao invés de resolver o problema tem como resultado empírico a geração de mais violência. A ponto de já serem contados às dezenas o número de vítimas de tal política desastrada.
Segundo o pensador inglês Thomas Hobbes, o Estado é o resultado do contrato social firmado entre os homens de um grupo cujo objetivo é a preservação da vida, porquanto, no estado de natureza, a utilidade é a medida do direito e o homem torna-se o lobo do próprio homem, em uma guerra de todos contra todos. Mas para que o Estado cumpra o objetivo para o qual é criado é imprescindível a distribuição eqüitativa dos bens e a garantia do uso comum daqueles que não puderem ser distribuidos.
Hobbes, embora defensor do absolutismo, já afirmava desde o século XVII que somente a espada é impotente para se atingir o único fim para o qual o Estado é constituido: garantir a vida.
Porém o pacto só tem validade enquanto a conservação da vida não estiver sendo ameaçada.

FOTO: takox.blog.ipcdigital.com

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