domingo, 2 de novembro de 2025

Chacina e aprovação de Cláudio Castro: o papel das igrejas na configuração de uma sociedade fundamentalista e reacionária.

As recentes chacinas ocorridas nas comunidades do Rio de Janeiro, sob a gestão do governador Cláudio Castro, escancaram a face mais cruel de um Estado que naturaliza a morte de pobres e negros em nome de uma suposta “guerra ao crime”. No entanto, o que chama ainda mais atenção é a manutenção de altos índices de aprovação de um governo marcado por tragédias humanas e políticas de segurança ineficazes. A explicação para esse paradoxo passa, inevitavelmente, pelo papel político e ideológico desempenhado por parte das igrejas — sobretudo as de orientação neopentecostal — na consolidação de uma sociedade cada vez mais fundamentalista e reacionária.

Nos últimos anos, setores religiosos deixaram de atuar apenas no campo espiritual para ocupar abertamente espaços de poder e influência política. No Rio de Janeiro, essa aliança entre fé e governo é visível: Cláudio Castro, ele próprio um político ligado a igrejas evangélicas, encontrou nesse segmento uma base eleitoral sólida e fiel. As lideranças religiosas, ao associarem o discurso da “ordem divina” à “ordem pública”, acabam por legitimar a violência estatal e transformar a repressão policial em instrumento moral de combate ao “mal”. Essa retórica, ao mesmo tempo mística e política, reforça uma lógica de inimigos e heróis: de um lado, os “homens de bem”; do outro, os “bandidos”, frequentemente identificados com a pobreza e a negritude.

O resultado é a formação de uma mentalidade coletiva que confunde religião com política, fé com obediência e justiça com vingança. O fundamentalismo religioso cria um terreno fértil para o autoritarismo, pois oferece respostas simples a problemas complexos — e, ao fazê-lo, anestesia a crítica social. Quando pastores e líderes espirituais se tornam cabos eleitorais, o púlpito transforma-se em palanque, e a Bíblia, em arma ideológica. Assim, a violência policial deixa de ser um escândalo moral e passa a ser interpretada como “instrumento divino” de purificação social.

Esse processo é agravado por uma crise de valores democráticos. Em vez de promover o diálogo, a solidariedade e a inclusão, muitos templos reproduzem um discurso de exclusão, culpabilizando as vítimas da violência e fortalecendo uma cultura de medo. Essa dinâmica contribui para a formação de uma sociedade reacionária, na qual o conservadorismo se confunde com fé e a obediência ao poder substitui o exercício da cidadania crítica.

Em síntese, a aprovação de Cláudio Castro em meio a chacinas e tragédias não é um acaso político, mas o reflexo de um projeto de poder sustentado pela aliança entre o Estado e setores religiosos que naturalizam a desigualdade e sacralizam a violência. Combater essa configuração não significa atacar a fé, mas resgatar o sentido emancipador da religião e o valor da democracia laica. Somente assim será possível romper com a lógica do medo e construir uma sociedade verdadeiramente justa, humana e solidária.

quinta-feira, 30 de outubro de 2025

China dá exemplo ao mundo ao pedir responsabilidade aos EUA e à Rússia diante das ameaças de retomada de testes com armas nucleares.

 

Em um momento em que o planeta volta a conviver com o fantasma da corrida armamentista, a China surge como uma voz de moderação e responsabilidade ao cobrar dos Estados Unidos e da Rússia contenção diante das recentes ameaças de retomada de testes com armas nucleares. A postura de Pequim contrasta com a retórica beligerante que volta a ganhar força nas grandes potências ocidentais e reforça a importância do diálogo e da diplomacia como instrumentos essenciais para a preservação da paz mundial.

Desde o fim da Guerra Fria, o equilíbrio nuclear tem se sustentado em grande parte por meio de acordos internacionais de não proliferação e pela moratória informal que impediu novas detonações experimentais. No entanto, a escalada de tensões geopolíticas entre Washington e Moscou — intensificada por conflitos como a guerra na Ucrânia e a disputa por influência no Oriente Médio — ameaça desmontar décadas de avanços no controle de armamentos. Nesse contexto, o alerta da China não é apenas prudente: é um chamado urgente à racionalidade.

Ao pedir que as duas maiores potências nucleares do planeta ajam com senso de responsabilidade, a China reafirma um princípio que deveria ser universal: nenhuma nação, por mais poderosa que seja, tem o direito de colocar a humanidade sob risco de aniquilação. O uso ou o simples teste de armas nucleares não é demonstração de força, mas de insensatez. Trata-se de uma ameaça direta à estabilidade global, aos tratados internacionais e ao meio ambiente, cujos efeitos de longo prazo são incalculáveis.

Pequim, ao adotar esse discurso, também busca se posicionar como ator central na defesa de um novo multilateralismo — baseado não na intimidação, mas na cooperação e no respeito mútuo. Essa postura, embora movida também por interesses estratégicos, revela uma compreensão mais madura da interdependência global. Num mundo marcado por crises climáticas, desigualdades e guerras, insistir em exibições de poder nuclear é um retrocesso moral e civilizatório.

Cabe à comunidade internacional apoiar o chamado chinês e reforçar os mecanismos de controle e fiscalização sobre armas de destruição em massa. A retomada de testes nucleares seria não apenas uma afronta aos tratados existentes, mas um golpe à esperança de um futuro pacífico. A China, ao exigir responsabilidade dos Estados Unidos e da Rússia, oferece ao mundo uma lição de equilíbrio e lucidez — virtudes cada vez mais raras em tempos de tensão e irracionalidade global.

Após chacina na Penha e no Alemão, TSE marca julgamento que pode cassar Cláudio Castro.

A coincidência entre a recente chacina nas comunidades da Penha e do Alemão e o anúncio do julgamento no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que pode cassar o mandato do governador Cláudio Castro (PL) evidencia o colapso ético e político que marca o atual governo do Rio de Janeiro. O episódio escancara não apenas a falência da política de segurança pública fluminense, baseada em operações policiais brutais e ineficazes, mas também o esgotamento de um modelo de poder que se sustenta na violência, no clientelismo e na desresponsabilização institucional.

A chacina — que somou dezenas de mortos, entre eles moradores e suspeitos — ocorreu sob o discurso recorrente de “combate ao crime organizado”, expressão que se tornou uma justificativa genérica para ações desproporcionais e letais em territórios pobres. Em vez de política de segurança, o que se vê é uma política de guerra. O Estado, incapaz de oferecer direitos básicos, como educação, emprego e moradia, aparece nas favelas apenas por meio da repressão, reproduzindo o ciclo de exclusão e violência.

Nesse contexto, o julgamento de Cláudio Castro no TSE ganha contornos simbólicos. O governador é acusado de abuso de poder político e econômico nas eleições de 2022, em um esquema que teria envolvido o uso indevido de servidores e recursos públicos. O processo, portanto, não se restringe a uma questão jurídica, mas revela um modo de governar que normaliza a manipulação e a desigualdade como ferramentas de manutenção do poder.

É revelador que o mesmo governo que naturaliza chacinas e tenta justificar o inaceitável também enfrente acusações de corrupção e irregularidades eleitorais. Ambos os fenômenos — a violência policial e o autoritarismo político — são faces de uma mesma lógica: a de um Estado que se vê acima da lei e que age contra os mais vulneráveis.

A eventual cassação de Cláudio Castro não resolverá, por si só, a crise fluminense. Mas pode representar um ponto de inflexão moral e político. O Rio de Janeiro precisa romper com a cultura da impunidade e da violência institucional. A reconstrução do Estado passa necessariamente por uma política de segurança que reconheça os moradores de favelas como cidadãos e por uma política eleitoral que se fundamente na ética e na legalidade.

Enquanto o TSE se prepara para julgar o destino do governador, as periferias continuam a enterrar seus mortos. O tribunal, mais do que decidir o futuro de um político, julgará também o limite da tolerância da sociedade com um governo que fez da tragédia um método e da violência uma rotina.


quarta-feira, 29 de outubro de 2025

Rio de Janeiro em Guerra: As 130 Mortes e a Falência da Política de Segurança de Cláudio Castro.

Imagem: G1.
 O Rio de Janeiro vive, mais uma vez, o colapso de sua própria tragédia. A recente onda de violência, com cerca de 130 mortes em apenas alguns dias, escancara a falência completa do modelo de segurança pública adotado pelo governo Cláudio Castro — um modelo baseado quase exclusivamente na repressão policial, sem qualquer política consistente de inclusão social, prevenção da violência ou reconstrução comunitária. O que se vê nas ruas é o retrato de um Estado ausente, que só aparece nas favelas por meio do cano de um fuzil.

O discurso oficial do governo, centrado na “guerra ao crime”, tem se revelado um pretexto para operações brutais que ceifam vidas indiscriminadamente, transformando comunidades inteiras em zonas de combate. A lógica militarizada da segurança pública ignora o fato de que as causas da violência no Rio são estruturais — nascem da desigualdade, do desemprego, da exclusão e da falta de políticas públicas efetivas. Ao insistir em uma política de morte, Cláudio Castro reafirma a opção por um Estado que mata antes de escutar, que invade antes de dialogar.

As 130 mortes registradas não podem ser tratadas como “efeitos colaterais” de um suposto combate ao crime organizado. Elas representam o preço de uma política fracassada, que não busca proteger a população, mas sim demonstrar força e controle em meio à barbárie. As favelas continuam reféns do tráfico e das milícias, enquanto o Estado se limita a intervenções pontuais, espetaculares e ineficazes — ações que alimentam o ciclo de violência, em vez de interrompê-lo.

 

Imagem: Agência Brasil

 

A falência do governo de Cláudio Castro não é apenas administrativa; é moral e política. Quando o Estado naturaliza o extermínio de seus cidadãos, principalmente os pobres e negros das periferias, ele rompe o pacto democrático e revela seu viés autoritário. A ausência de políticas de geração de emprego, de acesso à educação, de urbanização e de fortalecimento da cidadania cria o terreno fértil para a criminalidade — e nenhuma operação policial é capaz de resolver aquilo que nasce do abandono social.

O que o Rio vive hoje não é apenas uma crise de segurança, mas uma crise de Estado. A guerra nas ruas é o reflexo de décadas de omissão e descaso, agora intensificados por um governo que aposta na violência como instrumento político e na morte como estatística. Diante das 130 vidas perdidas, a sociedade fluminense precisa questionar: quantas mais serão necessárias até que o poder público reconheça que segurança não se constrói com balas, mas com direitos?

 

Imagem: Jornal da Unesp

 
 
Enquanto Cláudio Castro se esconde atrás do discurso da ordem, o Rio de Janeiro sangra. E cada corpo tombado é a prova de que o verdadeiro inimigo não está apenas nos morros, mas no Palácio Guanabara — onde a inércia, o autoritarismo e a irresponsabilidade política decretaram a falência moral de um governo que já perdeu qualquer legitimidade para falar em segurança pública.

 


 

terça-feira, 28 de outubro de 2025

A Guerra do Rio e o Colapso do Estado: Quando a Violência se Torna Política Pública.

O Rio de Janeiro viveu hoje mais um capítulo de sua longa e dolorosa guerra urbana. A megaoperação policial deflagrada nos complexos da Penha e do Alemão, que resultou em mais de sessenta mortos, não é apenas um evento de segurança pública — é um retrato cruel da falência do Estado em garantir direitos, promover cidadania e mediar conflitos sociais de maneira legítima. O que se vê nas ruas da capital fluminense é menos uma ação de controle do crime e mais um sintoma de um país que normalizou o uso da violência como instrumento de governo.

Sob o discurso do “combate ao narcotráfico”, o poder público reafirma uma lógica militarizada que há décadas se mostra ineficaz. A retórica oficial — de “retomar territórios” e “impor a presença do Estado” — esconde o fato de que o Estado só aparece nas favelas com armas em punho, tanques nas ruas e helicópteros sobrevoando as casas. O resto do tempo, essas comunidades permanecem abandonadas, sem escolas de qualidade, saneamento, postos de saúde ou oportunidades de emprego. A ausência de políticas públicas é o terreno fértil onde o tráfico e as milícias se reproduzem.

A operação desta segunda-feira escancara também a seletividade da violência. As vítimas são, em sua esmagadora maioria, jovens, negros e pobres — o perfil que há muito tempo define quem pode morrer sem comoção nacional. As estatísticas de letalidade policial no Rio reforçam esse padrão: o estado lidera o ranking nacional de mortes causadas por agentes de segurança, e a impunidade ainda é regra. Quando a política de segurança se traduz em corpos, o que se perpetua é uma necropolítica — uma gestão da morte que escolhe quais vidas têm valor e quais podem ser descartadas em nome da “ordem”.

A cada operação “bem-sucedida” do ponto de vista do governo, o ciclo da barbárie se renova: moradores traumatizados, crianças sem aula, famílias destruídas e territórios ainda mais dominados pelo medo. A ausência de uma política social estruturante transforma o enfrentamento armado em espetáculo, e a guerra diária no Rio se converte em narrativa política — útil para governantes que lucram eleitoralmente com o medo e a sensação de caos.

O problema é que essa guerra não tem vencedores. O tráfico e as milícias se reconfiguram, o Estado se deslegitima e a população pobre continua entre o fogo cruzado. Enquanto a segurança for tratada como guerra e não como política pública, o Rio permanecerá refém de um modelo que naturaliza o extermínio e transforma a tragédia cotidiana em rotina.

A verdadeira paz não virá do barulho dos fuzis, mas do silêncio das desigualdades resolvidas — do dia em que o Estado chegar primeiro com escola, emprego e dignidade, e não com caveirão e munição. Até lá, a “guerra do Rio” seguirá sendo, mais do que um problema policial, uma ferida aberta na democracia brasileira.


TIROTEIO NO COMPLEXO DA PEDREIRA (Zona Norte do Rio) : OS DILEMAS DA VIOLÊNCIA URBANA EM CURSO.

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Na madrugada de segunda-feira, 27 de outubro de 2025, o bairro de Costa Barros, Zona Norte do Rio de Janeiro, foi palco de mais um capítulo da guerra urbana que marca a cidade. Um confronto entre as facções Comando Vermelho (CV) e Terceiro Comando Puro (TCP) no Complexo da Pedreira resultou em pelo menos quatro mortos — dois moradores, entre eles uma idosa de 60 anos, a Marli Macedo dos Santos. (Termômetro da Política)


O que se passou

Segundo relatos da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMRJ), criminosos do CV partiram do Complexo do Chapadão para invadir o território do TCP no Complexo da Pedreira. A reação violenta incluiu intenso tiroteio e até uso de granadas. (RedeTV!)
No meio da fuga, dois dos invasores invadiram uma casa residencial. Dentro dela, Marli foi feita refém e acabou baleada. (O São Gonçalo)
Paralelamente, um dos moradores, o Elison Nascimento Vasconcelos, de 33 anos, foi atingido quando saía de um pagode e não resistiu. (Termômetro da Política)
Além das mortes, apreenderam-se sete fuzis, seis carros roubados e houve prisões de suspeitos. (Politiza Brasil)
No mesmo dia, a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro reabriu a Unidade de Pronto Atendimento Costa Barros (UPA) — que havia ficado fechada por quase um mês em razão da insegurança — em meio ao tiroteio, com funcionários abrigando-se durante disparos. (O Dia)

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Dimensões e consequências sociais

O episódio ilustra de forma brutal algumas das facetas da violência urbana no Rio de Janeiro, que vão muito além de estatísticas pontuais:

  1. Território e Estado paralelo
    A disputa entre facções ocorre em locais onde o Estado formal — segurança pública, controle institucional, acesso a serviços — se mostra fragilizado. Quando grupos armados disputam domínios e a tensão se transfere para dentro de residências, com vítimas alheias à contenda, fica claro que o controle estatal é precário.

  2. Vitimas invisíveis, cotidiano interrompido
    A morte de uma senhora dentro da própria casa, ou de um morador que apenas participava de uma festa, revela que o “risco” não atinge apenas quem faz parte da guerra — atinge quem vive em seu entorno, quem deveria estar protegido. O susto, o pânico, o viver sob a sombra de balas ou bloqueios passa a fazer parte da rotina.

    “Depois de um tempo escutando dá para ter uma noção do que é uma 12, um AK e um FAL ou pistola” — relato em fórum sobre o cotidiano de tiroteios no Rio. (Reddit)

  3. Serviços públicos fragilizados pela insegurança
    A UPA que reabre sob os tiros é símbolo de uma contradição: serviços essenciais funcionam onde a violência não dá trégua. A área médica, tão necessária em contextos vulneráveis, convive com o risco alto. Funcionários e moradores sabem que o atendimento pode ser interrompido por razões de segurança — o que agrava as desigualdades.

  4. Estigmatização e mobilidade limitada
    As comunidades afetadas veem seu cotidiano e suas oportunidades reduzidas: acesso a transporte, comércio, saúde, educação — tudo se condiciona ao cenário de insegurança. A valorização imobiliária, o investimento em infraestrutura, a mobilidade social ficam restritos. O custo humano e material da violência impacta as gerações futuras.

  5. Falta de perspectiva estrutural
    Os tiroteios são manifestações violentas de problemas mais profundos: desigualdade social, falta de oportunidades, ausência de políticas públicas eficazes, precariedade da segurança, da justiça, da regeneração urbana. Enquanto as respostas se limitarem a ocupações esporádicas ou operações policiais, o padrão tende a se repetir.

 

Um olhar crítico necessário

Este incidente em Costa Barros exige que se vá além do registro jornalístico do número de mortos, feridos ou armas apreendidas. Ele demanda questionamento:

  • Quem venceu e quem perdeu? No fim, perderam os moradores, que viram sua casa virar linha de tiro.

  • Qual o papel do Estado? Se assumir território significa apenas reagir a tiros, sem presença cidadã, o espaço continua vulnerável.

  • Qual o custo para quem vive ali? A morte, sim, é o extremo. Mas o trauma, a interrupção da vida normal, o medo constante são danos invisíveis que moldam a existência desses cidadãos.

  • Qual a saída? Nenhuma política de segurança que ignore as raízes econômicas, as condições de moradia, a falta de escolaridade e emprego terá efeito duradouro. A “paz armada” nas favelas e periferias só se sustenta com justiça social.

     

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Conclusão

O tiroteio em Costa Barros, nessa segunda, não é apenas mais uma ocorrência policial. É um retrato agudo de uma cidade que convive com zonas de guerra urbana, onde o Estado e a sociedade se medem mês após mês em termos de presença ou ausência. Em frente às estatísticas, sobram vidas marcadas, casas invadidas, medos que não se encerram com o nascer do dia.

Enquanto a narrativa dominante permanecer centrada na resposta emergencial — “fuzis apreendidos”, “prisões realizadas” — sem investir no reparo profundo da tessitura social, a próxima madrugada encontrará outros tiros, outros moradores reféns no próprio lar, e outra UPA reabrindo sob desconfiança. Até quando?

Chacina e aprovação de Cláudio Castro: o papel das igrejas na configuração de uma sociedade fundamentalista e reacionária.

As recentes chacinas ocorridas nas comunidades do Rio de Janeiro, sob a gestão do governador Cláudio Castro, escancaram a face mais cruel de...