quinta-feira, 13 de março de 2014

DETURPAÇÃO DE NOSSA CIDADANIA.

       Hoje pela manha, ao acessar o caixa eletrônico do Banco do Brasil, havia uma mensagem felicitando o dia internacional do consumidor. A referida mensagem, contudo, estava fazendo uma enorme confusão entre as prerrogativas de consumidor e de um cidadão. Dizia ela mais ou menos assim: queremos parabenizar aqueles que exercem seus direitos e conhecerem seus deveres. São, como se pode perceber, atributos inerentes à cidadania. Nossa sociedade parece que tem perdido por completo o senso de que somos, de fato, uma sociedade, para se assumir, feliz da vida, a condição única de um simples mercado. Como tal, o mercado não possui cidadãos, mas tão somente consumidores. Parece que temos aceitado o discurso do grande Capital, que tem tentado nos reduzir a essa absurda condição. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, por exemplo, se regozijava ao nos qualificarmos como um "mercado" de cerca de 200 milhões de consumidores!
O problema é que o único direito social de um consumidor é o de comprar e receber sua compra em boas condições. A este direito corresponde, tão somente, o dever de pagar. Um consumidor não tem direito à educação, à saúde e a outros direitos inerentes à cidadania, salvo se puder pagar por eles. Não devemos aceitar essa deturpação de nós mesmos.    

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