segunda-feira, 1 de março de 2010

GRÉCIA: A GREVE DE 10 DE FEVEREIRO DE 2010.


Dezenas de milhares de trabalhadores e empregados, tanto do setor privado como do público, responderam ao apelo à greve da Frente Militante de Todos os Trabalhadores (PAME), uma frente de sindicados de classe na Grécia. O PAME efetuou comícios de massa em 66 cidades por todo o país, ao mesmo tempo que 300 sindicatos primários e secundários (sindicatos, centros sindicais, federações industriais) do setor público e privado decidiram participar da greve. O êxito da greve foi mais uma resposta às medidas antipovo anunciadas pelo governo social-democrata do PASOK tais como redução de salários e pensões, aumento da idade de aposentadoria. Os trabalhadores viraram as costas ao apelo do governo ao compromisso "a fim de salvar o país" da crise. Eles mostraram que a Grécia não está em perigo de bancarrota e que o grande capital é o responsável pelos déficits e pelas dívidas. Foi o grande capital que antes e durante a crise fez lucros fabulosos chantageando os estratos trabalhadores e populares e colocando o fardo da crise sobre os seus ombros.

Desde a madrugada de 10 de Fevereiro milhares de trabalhadores e estudantes juntaram-se nas linhas de piquetes nos portões das fábricas e outros locais de trabalho. Grandes unidades industriais, companhias multinacionais, estaleiros de construção e o maior porto da Grécia, no Pireu, pararam. A árdua batalha de preparar a greve, os piquetes, a denúncia do compromisso das forças conduzidas pelo patronato e do sindicalismo amarelo que controla as confederações de trabalhadores do setor privado (GSEE ) e do setor público (ADEDY) fortaleceram a classe trabalhadora na Grécia. Também deve ser observado que o GSEE continuou as suas táticas de rompimento de greves e não organizou a greve, apoiando portanto o governo. Por outro lado, o ADEDY apelou a uma greve em 10 de Fevereiro e organizou um comício no centro de Atenas, embora com escassa participação.Em contrapartida, dezenas de milhares participaram no comício de massa do PAME em Atenas, o qual foi feito junto ao Parlamento grego. Apesar da chuva, o povo trabalhador condenou a política antitrabalho, antipovo e o ataque do bloco negro constituído pelo governo juntamente com o patronato, a UE e os partidos da plutocracia que instam a classe trabalhadora a fazer os "sacrifícios" que a UE e o governo pedem. Em contrapartida, dezenas de milhares participaram no comício de massa do PAME em Atenas, o qual foi feito junto ao Parlamento grego. Apesar da chuva, o povo trabalhador condenou a política antitrabalho, antipovo e o ataque do bloco negro constituído pelo governo juntamente com o patronato, a UE e os partidos da plutocracia que instam a classe trabalhadora a fazer os "sacrifícios" que a UE e o governo pedem.
Vasilis Stamoulis, presidente da federação sindical dos trabalhadores da indústria têxtil fez um discurso no comício. Representantes do movimento dos camponeses do All Peasants' Militant Rally [PASY] e do Pan-Hellenic Coordination Committee, dos auto-empregados, também fizeram uma saudação. Uma delegação do CC do KKE (Partido Comunista da Grécia) encabeçada pela secretária-geral do Comitê Central (CC), Aleka Papariga, participou do comício. Após o comício de massa seguiu-se uma marcha de protesto nas ruas centrais de Atenas até o Ministério do Trabalho. Os manifestantes tornaram claro que não farão qualquer sacrifício para a plutocracia e exigiram:

• emprego estável para todos

• 7 horas de trabalho por dia, 5 dias por semana

• Salário mínimo de 1400 euros

• reforma aos 55 anos para as mulheres e de 60 para os homens, aos 50 e 55 para as ocupações de risco

• medidas para protecção substancial dos desempregado e das suas famílias e não cupons de caridade para os supermercados

• 1120 euros de subsídio de desemprego para todo o período do desemprego sem quaisquer condições ou pré requisitos

• plenos cuidados de saúde e farmacêuticos

• tributação drástica das grandes empresas em 45%. Abolição de todos as isenções e privilégios fiscais.

Declaração da secretária-geral do CC do KKE, Aleka Papariga, no comício do PAME:

"Não prestem atenção ao que eles estão a dizer! O resgate de banqueiros, industriais e comerciantes atacadistas é a única coisa com que eles se preocupam.

"Eles trarão medidas ainda piores a menos que o povo trabalhador trave esta onda de medidas, a menos que desafiem os ditames do governo.

"Por isso, bloqueio a estas medidas, levantamento e luta constante! Novos golpes estão a vir na segurança social e na tributação. Bloqueio ao seu avanço! Não acreditem neles! Virem-lhes as costas!"

(Obs.:Matéria extraída na íntegra do site:www.cecac.org.br/MATERIAS)

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